Um gol de Bin narrado por Aldo Pires de Godói é a memória de áudio mais antiga que tenho do Internacional. Era um jogo contra o Avaí, no meio da semana, no Adolfo Konder. Férias de inverno, 1978, e enquanto eu ouvia o jogo, organizava minha coleção de Cards Ping Pong. A voz de Aldo saía do velho rádio Philco Transglobe do meu pai: - E todos vão abraçar Martinho Bin, o moço da camisa número 5...
Aldinho Pires e o Transglobe do meu pai
Aos cinco anos de idade os jogos longe do Vidal Ramos me pareciam aventuras interplanetárias. Florianópolis ficava ao lado de Júpiter e Chapecó era em outra Galáxia. Imaginava as equipes da Clube e da Princesa viajando na Enterprise para contar aos lageanos os feitos daqueles jogadores de jaquetas vermelhas. Sandro Santos, o homem da moça branca, abria a jornada esportiva dizendo torcedor colorado, não há distância que nos separe. E não havia, ainda que o jogo fosse contra o Kindermann, em Caçador, ali ao lado de Saturno.
A pesquisa para o livro me pôs em contato com os donos dessas vozes. O grande Aldo Pires já faleceu, mas tivemos duas boas conversas. E falei com tantos outros, Mário Motta, Evaldir Nascimento, Élcio José. Camargo Filho, o maior de todos, cuja história daria um livro à parte. Conheci Rogério Mário Koerich, a quem não ouvi no rádio porque foi embora de Lages mais ou menos na época em que nasci. Rogério foi repórter da Clube nos anos de ouro do Inter. Chegou a invadir o campo para abraçar o Puskas após um gol. Conhecemo-nos no Orkut, e quando ele veio a Lages fomos ao Vermelhão com o Zezé relembrar os bons e velhos tempos.
Zezé e Rogério Mário Koerich: de volta aos anos 60
De uns dias para cá tenho procurado arquivos de áudio das antigas jornadas esportivas. Não há nada nos arquivos das rádios. Vilmar Reis me enviou algumas vinhetas antigas, mas não encontro nenhum grito de gol de Aldo Pires de Godói, Mário Motta ou Sidney Almeida. Nenhum comentário de Camargo Filho. Tenho o gol do Kuki por Antônio Armindo, cortesia de Rafael Araldi. Alguns gols de 1990 narrados por Rubens D’Ávila, que eu mesmo gravei. E mais nada.
Rogério Ramos e Camargo Filho, duas lendas vivas
Se você souber de alguém que tem esse material preservado, avise. Angustia-me a possibilidade de que essas vozes se percam para sempre, como o Vermelhão, como os troféus, como a cidade que se achava merecedora de um bom time de futebol, como o velho rádio Philco Transglobe que não funciona mais.
sábado, 21 de fevereiro de 2009
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
23 anos essa tarde
As notícias da pré-temporada davam conta de que o Criciúma havia montado um time capaz de desbancar o Joinville, octacampeão catarinense. Por isso, quando a Rádio Clube divulgou a tabela do campeonato estadual de 1986, comecei a contar as horas para estréia colorada, dia 16 de fevereiro, contra o tricolor da Capital do Carvão.
Falando hoje pode parecer exagero saudosista, mas era dureza vencer o Inter no Tio Vida. E quanto maior fosse o adversário, mais se agigantavam aqueles jogadores de vermelho. Foi assim naquela tarde inesquecível.
O Inter manteve a base do time campeão da Taça Dite Freitas. Faltavam Jurandir, ainda sem condições de jogo; Calada, vendido ao Ferroviário; Alves e Cedenir. Estreavam o centroavante Zé Sérgio e o driblador ponta-esquerda Marcus Lima, muito antes de abraçar a MPB. O Criciúma vinha com a histórica meia-cancha Rached, Carlos Alberto e Vanderley, e lá na frente Edmilson tinindo com a 9 tricolor.
Foi fácil demais. O Inter começou atacando para a arquibancada coberta. Bin abriu o placar com a categoria habitual, deslocando o goleiro Évelton no pênalti (foto acima). Depois Marquinhos Lima entortou Itá e cruzou para Zé Sérgio mergulhar entre a zaga e meter de cabeça o segundo.
O baile continuou na etapa final com grande atuação de João Carlos, que marcou o terceiro, chutando da meia-direita. Para festa ficar completa, no fim do jogo Chicão defendeu um pênalti cobrado por Treze, enquanto a torcida organizada colorada O Bem-Amado batucava lá na geral o vitorioso samba da Estação Primeira de Mangueira: - Tem xinxim e acarajé, tamborim e samba no pé...
Para chorar de saudade: Wallace, Chicão, Aloísio Maguila, Luisinho, Dodô, Bin, Marciano, João Carlos, Zé Sérgio, Mané e Marcus Lima, os responsáveis pela inesquecível tarde de 16 de fevereiro de 1986.
O Criciúma confirmaria as previsões e acabaria vencendo o campeonato. Mas na minha galeria de jogos inesquecíveis reluz o dia em que o Leão devorou o Tigre enquanto éramos apresentados aos dribles de Marcus Lima, o ponta-esquerda que tinha samba no pé. Faz vinte e três anos essa tarde.
Internacional 3x0 Criciúma
16 de fevereiro de 1986
Estádio Vidal Ramos Júnior
Árbitro: Dalmo Bozzano
Inter: Chicão, Wallace, Aloísio Maguila, Luizinho e Dodô; Bin, João Carlos e Mané (Paranhos); Marciano (Otávio), Zé Sérgio e Marcus Lima.
Criciúma: Évelton, Jorge Luiz (Guinga), Sílvio Laguna, Solis e Itá; Rached, Carlos Alberto e Vanderley (Dirceu); Paulo Borges, Edmilson e Treze.
Gols: Bin (pênalti) aos 16 e Zé Sérgio aos 34 do primeiro tempo; João Carlos aos 38 do segundo tempo.
A foto do gol de pênalti foi restaurada por Marta F. Rajabally
Falando hoje pode parecer exagero saudosista, mas era dureza vencer o Inter no Tio Vida. E quanto maior fosse o adversário, mais se agigantavam aqueles jogadores de vermelho. Foi assim naquela tarde inesquecível.
O Inter manteve a base do time campeão da Taça Dite Freitas. Faltavam Jurandir, ainda sem condições de jogo; Calada, vendido ao Ferroviário; Alves e Cedenir. Estreavam o centroavante Zé Sérgio e o driblador ponta-esquerda Marcus Lima, muito antes de abraçar a MPB. O Criciúma vinha com a histórica meia-cancha Rached, Carlos Alberto e Vanderley, e lá na frente Edmilson tinindo com a 9 tricolor.
Foi fácil demais. O Inter começou atacando para a arquibancada coberta. Bin abriu o placar com a categoria habitual, deslocando o goleiro Évelton no pênalti (foto acima). Depois Marquinhos Lima entortou Itá e cruzou para Zé Sérgio mergulhar entre a zaga e meter de cabeça o segundo.
O baile continuou na etapa final com grande atuação de João Carlos, que marcou o terceiro, chutando da meia-direita. Para festa ficar completa, no fim do jogo Chicão defendeu um pênalti cobrado por Treze, enquanto a torcida organizada colorada O Bem-Amado batucava lá na geral o vitorioso samba da Estação Primeira de Mangueira: - Tem xinxim e acarajé, tamborim e samba no pé...
Para chorar de saudade: Wallace, Chicão, Aloísio Maguila, Luisinho, Dodô, Bin, Marciano, João Carlos, Zé Sérgio, Mané e Marcus Lima, os responsáveis pela inesquecível tarde de 16 de fevereiro de 1986.
O Criciúma confirmaria as previsões e acabaria vencendo o campeonato. Mas na minha galeria de jogos inesquecíveis reluz o dia em que o Leão devorou o Tigre enquanto éramos apresentados aos dribles de Marcus Lima, o ponta-esquerda que tinha samba no pé. Faz vinte e três anos essa tarde.
Internacional 3x0 Criciúma
16 de fevereiro de 1986
Estádio Vidal Ramos Júnior
Árbitro: Dalmo Bozzano
Inter: Chicão, Wallace, Aloísio Maguila, Luizinho e Dodô; Bin, João Carlos e Mané (Paranhos); Marciano (Otávio), Zé Sérgio e Marcus Lima.
Criciúma: Évelton, Jorge Luiz (Guinga), Sílvio Laguna, Solis e Itá; Rached, Carlos Alberto e Vanderley (Dirceu); Paulo Borges, Edmilson e Treze.
Gols: Bin (pênalti) aos 16 e Zé Sérgio aos 34 do primeiro tempo; João Carlos aos 38 do segundo tempo.
A foto do gol de pênalti foi restaurada por Marta F. Rajabally
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
Edno
E o lageano salvou a Lusa hoje no Canindé, na sétima rodada do Paulistão. Vitória por 3x2 contra o Paulista, com dois gols de Edno. Ele abriu e fechou o marcador, um de cabeça e outro de pênalti. A Lusa pula para 11 pontos na classificação.
Update em 15 de fevereiro: Edno de novo, Botafogo 0x1 Portuguesa, e a Lusa chega ao G4.
domingo, 8 de fevereiro de 2009
Para matar a saudade
Zezé recebe um passe em profundidade e faz o gol tocando no contrapé do goleiro. Dutra desarma o adversário e toca para Bin, que sai jogando de cabeça erguida. O cruzamento de Anacleto, de primeira, vai na cabeça do centroavante. Vacaria toca por cima do adversário para Daniel, que deixa a bola quicar e chuta rente ao ângulo.
Zezé marca na saída do goleiro: quem sabe não esquece
Não, não é uma coletânea de flash-backs da história colorada. São lances do último sábado, da goleada dos masters do Inter de Lages sobre o time da imprensa, por 10x1. Os belos lances e os sorrisos após o jogo não deixaram dúvida: eles mataram a saudade da bola e a bola matou a saudade deles.
Claro, teve muito mais. Um golaço por cobertura de Erlon, um pênalti magistralmente cobrado por Ori e o gol de honra do time da imprensa marcado pelo intrépido Jones Paulo, que dedicou o tento a Zé Melo. Depois, uma ovelha inteira na brasa e cerveja gelada.
Vídeo: o gol de pênalti de Ori
Amigos, boas histórias, churrasco e muitos gols. Longa vida à AVEP, ao Inter e à bola bem jogada.
Zezé marca na saída do goleiro: quem sabe não esquece
Não, não é uma coletânea de flash-backs da história colorada. São lances do último sábado, da goleada dos masters do Inter de Lages sobre o time da imprensa, por 10x1. Os belos lances e os sorrisos após o jogo não deixaram dúvida: eles mataram a saudade da bola e a bola matou a saudade deles.
Claro, teve muito mais. Um golaço por cobertura de Erlon, um pênalti magistralmente cobrado por Ori e o gol de honra do time da imprensa marcado pelo intrépido Jones Paulo, que dedicou o tento a Zé Melo. Depois, uma ovelha inteira na brasa e cerveja gelada.
Vídeo: o gol de pênalti de Ori
Amigos, boas histórias, churrasco e muitos gols. Longa vida à AVEP, ao Inter e à bola bem jogada.
sábado, 7 de fevereiro de 2009
Uma viagem no tempo
Como em um passe de mágica, uma espécie de Inter de todos os tempos entrou em campo hoje. No mesmo time, nomes maiúsculos da história colorada trocaram passes e reviveram um pouco do sonho que nasceu no dia 13 de junho de 1949: Zezé, Anacleto, Bin, Dutra, Vacaria e muitos outros mataram a saudade da camisa vermelha.
Na foto, relembrando o post anterior, a classe do moço de Urubici, Daniel, categoria que o tempo não gasta.
Mais fotos e detalhes no próximo post.
Na foto, relembrando o post anterior, a classe do moço de Urubici, Daniel, categoria que o tempo não gasta.
Mais fotos e detalhes no próximo post.
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Daniel, o moço de Urubici
Durante alguns anos a abertura das jornadas esportivas da Rádio Clube de Lages iniciava com um jingle que dizia: É bola no chão, é bola no pé, é bola no ar, é bola na rede pra você vibrar... E a nossa equipe que é a mais forte vem aí pra falar de esporte... Em seguida reinava a voz imponente de Aldo Pires de Godói com uma narração de arquivo, que terminava assim: ... Daniel chutooou, bateu no poooste!, voltou para Daniel, bateu é gol! Goooooooooooooooollll do Internacionaaallll... E então o mestre de cerimônias da jornada iniciava oficialmente a transmissão.
Daniel. Me recordo dele das primeiras vezes em que fui ao estádio. Fazia uma meia-cancha com Bin e Vanusa, em um time que ainda tinha os alucinados Mica e Vacaria pelas extremas e Jones fechando pelo meio. Um timaço, e lá ia Daniel, às vezes meia, às vezes atacante, conforme pedia o jogo. Lembrava Doval, do Fluminense, loiros cabelos esvoaçantes rumo à meta inimiga.
Daniel foi descoberto pelo ex-diretor colorado Hamilton Buck, em 1978. Os juvenis do Inter enfrentaram o São José de Urubici pela antiga Copa Arizona. Tomaram de nove, cinco gols de um garoto chamado Daniel dos Passos Fritz. Buck não descansou enquanto não fez Daniel trocar os dias de trabalho em uma marcenaria pelos treinos no Vermelhão de Copacabana.Daniel e o irmão Luiz no São José de Urubici: 1978
Daniel esperava pelo primeiro treino, e o técnico ainda não o conhecia. Sentado no velho pavilhão de madeira, com o olhar distante, parecia mais um cantor de rock do que um jogador de futebol. O técnico perguntou ao descobridor de Daniel o que fazia aquele cabeludo sentado ali. Buck, que além de cartola era barbeiro por profissão, passou a navalha na conversa e respondeu seco: - Gols.
Gols, e Daniel fez muitos. Bola na rede, corria para o alambrado para comemorar com o torcedor. Camargo Filho fazia a festa na rádio e chamava o jovem artilheiro de o moço de Urubici. Foram felizes em sua união os torcedores colorados com o moço de Urubici. Brevemente felizes.
Daniel com jeito de roqueiro e Jones: azar dos goleiros
Aos 26 anos, com toda a bola do mundo pela frente, Daniel parou de jogar futebol. Após uma dividida com o meia Motor, do Blumenau, no dia 8 de maio de 1983, Daniel foi ao chão, meio de lado. O adversário caiu em cima dele. Eram corridos 44 minutos do primeiro tempo. Daniel levantou e continuou jogando mais dois minutos, até o apito do juiz. Desceu as escadas do vestiário sentindo uma fisgada um pouco acima do abdômen. Sentou para descansar e não conseguiu mais levantar. Um mês depois, extraiu um rim. E não voltou mais a jogar futebol.
Hoje Daniel trabalha com controle de qualidade e passa o tempo livre pescando. Mora em frente às ruínas do Vermelhão. Com o mesmo olhar distante, se pergunta: - Como tudo isso pode acabar? Juntava gente para ver nossos treinos. Tem a voz mansa e sorri ao rever velhas fotos. Ao relembrar um gol o olhar distante se torna fixo, como se mirasse o canto em que o goleiro não está, e murmura: - Não existe nada igual a fazer um gol. Nada.
Diz que deve ter a gravação da narração que abria a transmissão dos jogos em algum lugar. Aponta para a foto na parede com o time posado, fala o nome dos companheiros e o pensamento se perde. De repente o olhar distante fica fixo de novo. Lembra de um chute tão forte que furou a rede. São dezesseis horas de uma tarde qualquer em Lages. O Vermelhão está em ruínas, o Vidal Ramos Júnior está vazio, a voz de Aldo Pires de Godói não ecoa mais. Daniel volta ao tempo em que fazia o que mais gostava. Gols.
(escrito em 3 de fevereiro de 2009)
A foto de Daniel e Luiz foi restaurada por Marta F. Rajabally
Daniel. Me recordo dele das primeiras vezes em que fui ao estádio. Fazia uma meia-cancha com Bin e Vanusa, em um time que ainda tinha os alucinados Mica e Vacaria pelas extremas e Jones fechando pelo meio. Um timaço, e lá ia Daniel, às vezes meia, às vezes atacante, conforme pedia o jogo. Lembrava Doval, do Fluminense, loiros cabelos esvoaçantes rumo à meta inimiga.
Daniel foi descoberto pelo ex-diretor colorado Hamilton Buck, em 1978. Os juvenis do Inter enfrentaram o São José de Urubici pela antiga Copa Arizona. Tomaram de nove, cinco gols de um garoto chamado Daniel dos Passos Fritz. Buck não descansou enquanto não fez Daniel trocar os dias de trabalho em uma marcenaria pelos treinos no Vermelhão de Copacabana.Daniel e o irmão Luiz no São José de Urubici: 1978
Daniel esperava pelo primeiro treino, e o técnico ainda não o conhecia. Sentado no velho pavilhão de madeira, com o olhar distante, parecia mais um cantor de rock do que um jogador de futebol. O técnico perguntou ao descobridor de Daniel o que fazia aquele cabeludo sentado ali. Buck, que além de cartola era barbeiro por profissão, passou a navalha na conversa e respondeu seco: - Gols.
Gols, e Daniel fez muitos. Bola na rede, corria para o alambrado para comemorar com o torcedor. Camargo Filho fazia a festa na rádio e chamava o jovem artilheiro de o moço de Urubici. Foram felizes em sua união os torcedores colorados com o moço de Urubici. Brevemente felizes.
Daniel com jeito de roqueiro e Jones: azar dos goleiros
Aos 26 anos, com toda a bola do mundo pela frente, Daniel parou de jogar futebol. Após uma dividida com o meia Motor, do Blumenau, no dia 8 de maio de 1983, Daniel foi ao chão, meio de lado. O adversário caiu em cima dele. Eram corridos 44 minutos do primeiro tempo. Daniel levantou e continuou jogando mais dois minutos, até o apito do juiz. Desceu as escadas do vestiário sentindo uma fisgada um pouco acima do abdômen. Sentou para descansar e não conseguiu mais levantar. Um mês depois, extraiu um rim. E não voltou mais a jogar futebol.
Hoje Daniel trabalha com controle de qualidade e passa o tempo livre pescando. Mora em frente às ruínas do Vermelhão. Com o mesmo olhar distante, se pergunta: - Como tudo isso pode acabar? Juntava gente para ver nossos treinos. Tem a voz mansa e sorri ao rever velhas fotos. Ao relembrar um gol o olhar distante se torna fixo, como se mirasse o canto em que o goleiro não está, e murmura: - Não existe nada igual a fazer um gol. Nada.
Diz que deve ter a gravação da narração que abria a transmissão dos jogos em algum lugar. Aponta para a foto na parede com o time posado, fala o nome dos companheiros e o pensamento se perde. De repente o olhar distante fica fixo de novo. Lembra de um chute tão forte que furou a rede. São dezesseis horas de uma tarde qualquer em Lages. O Vermelhão está em ruínas, o Vidal Ramos Júnior está vazio, a voz de Aldo Pires de Godói não ecoa mais. Daniel volta ao tempo em que fazia o que mais gostava. Gols.
(escrito em 3 de fevereiro de 2009)
A foto de Daniel e Luiz foi restaurada por Marta F. Rajabally
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
Dos juvenis aos profissionais: Zequinha, colorado de verdade
Faleceu no dia 29 de janeiro José Floriani Xavier, o Zequinha, 72 anos, nome de destaque nos primeiros anos do Internacional de Lages. Vestiu a camisa colorada pela primeira vez em 1950, como juvenil. Ao lado de seus amigos Rogério Ramos, Aujor, Plínio e outros, foi bicampeão invicto da categoria. Repetiu o bicampeonato no time de aspirantes, em 1953 e 1954. No ano seguinte, subiu para os profissionais quando o Inter precisou dos antigos juvenis para continuar em atividade. Participou da conquista do bicampeonato citadino em 1959 e 1960, e jogou pelo Inter até 1962. Durante muito tempo foi o jogador que atuou mais tempo no Leão da Serra, sendo superado posteriormente por Martinho Bin. Zequinha nasceu em Lages, no dia 19 de março de 1936, e deixa uma imensa saudade aos familiares, amigos e desportistas lageanos.
Em nome da torcida do Internacional, registro nossas homenagens ao grande Zequinha, um dos maiores nomes colorados da história.
Em nome da torcida do Internacional, registro nossas homenagens ao grande Zequinha, um dos maiores nomes colorados da história.
Assinar:
Postagens (Atom)