segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Luto
terça-feira, 29 de setembro de 2009
O descanso do artilheiro
Seu Clóvis jogou no futebol lageano nos anos 50, por Vasco e Aliados. Como avante do time aliadino, foi tricampeão citadino em 1953. Guardou a faixa de tricampeão lageano por toda a vida, e em 2009 posou orgulhosamente com ela sobre o peito.
Tive a oportunidade de entrevistar Clóvis Fava por telefone, em julho. Ficamos de combinar uma data para falarmos pessoalmente, mas indesejada das gentes foi mais rápida e levou Clóvis para o céu. Lá reecontrará seus amigos das tardes gloriosas no Areião de Copacabana, e entre as nuvens voltará a marcar seus gols de cabeça. Seu companheiro José Reali Lambança certamente o recebeu de braços abertos, e já estendeu a camisa 9 vermelha, branca e amarela do Aliados, repetindo a ordem que tantas vezes deu a Clóvis aqui na terra: - Fava, vai logo e faz uns gols, que hoje não estou disposto a correr muito.
Recomendo a leitura do post do amigo Pardal, de Videira, que conviveu com Clóvis Fava e fez uma bela e merecida homenagem ao velho artilheiro. Acessem http://botecodopardal2.zip.net/
Hoje, no lugar do texto, peço um minuto de silêncio e deixo duas fotos de Clóvis Fava. Uma com a camisa do Vasco de Lages, no Areião, nos anos 50, e a foto de 2009, com a faixa de tricampeão pelo Aliados no peito.
Descanse em paz, artilheiro.
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Dá-lhe, Inter!
ATUALIZAÇÃO: um recurso impetrado pela Associação Marka / Bastos paralisou o campeonato. A medida se refere à confusão no jogo entre Marka e Moitas, que acabou não acontecendo no Ivo Silveira. Os times jogaram dias depois em quadra neutra, quando a vitória do Moitas eliminou o Marka. Entendo-se prejudicado, eis que na data do primeiro jogo o árbitro chegou a dar WO em seu favor, o time lageano protesta pela restauração dos pontos que teria ganho com o WO.
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
Serramalte, parabéns!
Foto retirada do perfil de Serramalte no Orkut:
Os agachados são Puskas, Nininho, Serramalte, Almir e Anacleto.
Parabéns, Serra!
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
Inter derrotado no Minosso
Inter x Chapecoense hoje no Jones Minosso
Inter precisa da vitória para respirar no G4
Jogo entre Inter e Chapecó seria amanhã, mas por conta do confronto entre Brasil e Argentina, será hoje à noite em Lages.
Além de ter o jogo adiantado o Inter Lages/Futsal ainda tem dois problemas para resolver: vai jogar sem Alemão e provavelmente sem Fio. Uma vitória, a partir das 20h30min, hoje, no Jones Minosso daria mais tranquilidade ao grupo colorado, que mesmo figurando no G4 (3º- 16 pontos), ainda respeita os adversários e prevê dificuldades. Mais, ainda, por que vão enfrentar o quinto colocado, o Chapecoense (10 pontos) que vem para tudo ou nada.
O jogador-técnico Veto preparou a equipe para encontrar todas as adversidades. Treinou o grupo com diferentes formações de forma que suprissem a falta de Alemão (cumpre suspensão pelo terceiro amarelo e Fio (sentiu dores na coxa) que é dúvida. Mas ele garante que a equipe está pronta para fazer uma boa apresentação. "Precisamos da nossa torcida para esse jogo. Teremos que ganhar e por isso precisamos do nosso torcedor", disse ele. "Vamos jogar em cima dos pivôs deles, que são muito fortes com a posse da bola. A ideia é usar a velocidade", alerta Veto. Para isso, conta com a inspiração do grupo e principalmente do Jhonny e Willian, ambos têm jogado muito bem. Completam o quinteto inicial: Alex, Veto e Dando.
O jogador também tenciona usar o retrospecto positivo em casa, em quatro jogos, três vitórias e um empate para surpreender o visitante. "Estamos jogando em casa, temos sempre que fazer valer o fator local. Afinal de contas é aqui que nós treinamos todos os dias. Temos que estar sempre à vontade", conclui prevendo um bom resultado.
sábado, 29 de agosto de 2009
Jogaço no Ivo Silveira
Eu gosto de futsal, mas jogos como esse aumentam a minha saudade das tardes de Vidal Ramos...
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Inter empata com o Moitas no Jones Minosso
17/8/2009
Sem o atleta Fio, e ainda na vice-liderança, o Inter Lages Futsal/Uniplac joga na sexta-feira em Joaçaba
Lages
Um empate por 4 a 4 com sabor de vitória, pois foi conseguido no sufoco nos 17 minutos finais é o que o Inter leva na bagagem para o norte do Estado, nesta sexta-feira (21) quando enfrenta o Joaçaba. E embora comemore o resultado, o grupo quer evitar outro jogo no qual o adversário comece na frente.
“Quando um time tem que correr atrás do placar, além de deixar o adversário crescer perde a chance de analisar como ele se comporta em situação adversa”, explica o jogador-treinador Veto, referindo-se ao jogo contra o Moitas de Ituporanga, no Jones Minosso no sábado, válido pela segunda rodada do segundo turno do Estadual de Futsal da primeira divisão.
Como a semana para o Inter ficou mais curta (a maioria dos jogos são no sábado) a folga de hoje vai ficar para a próxima semana. O grupo tem pressa e terá quatro dias de muito trabalho para acertar o time e preparar jogadas ensaiadas, prática que vem dando certo e no último jogo resultou em gol.
O grupo não vai contar com o Fio, que cumpre suspensão automática pelo terceiro amarelo, ele vem treinando para a função de goleiro-linha. Fio mostrou isso contra o Moitas, nos sete minutos finais da partida e foi muito bem. “Temos que acertar a semana de treinamentos para se adequar ao jogo de sexta-feira. Os trabalhos serão fortes, pois vamos sair com o pensamento na vitória em Joaçaba. Vamos ter que jogar como se fosse a final do campeonato”, adiantou o capitão.
Sobre quem irá substituir Fio, Veto disse que só definirá durante os treinos da semana quando terá condições de avaliar quem melhor se adapta à função. Também comentou que não considera vantagem enfrentar o sexto colocado. “Se eles estivessem em primeiro ou em último o pensamento nosso seria o mesmo: trazer os três pontos para começar a encaminhar a classificação”, concluiu o jogador. Marcaram para o Inter: Veto, Gustavo, Jhonny e Alemão.
Marka em quarto
A Marka Bastos/Pinheiro venceu o São Francisco por 3 a 1 fora de seus domínios e continua na quarta posição, na zona de classificação. A equipe do treinador Zé Elias volta à quadra dia 22, no sábado em casa, quando espera o terceiro colocado, o Seara. Os resultados da rodada não alteraram a tabela de classificação, pelo menos nas quatro primeiras posições. O Moitas continua na liderança (17 pontos), seguido pelo Inter com 13, Seara e Marka Bastos/Pinheiro com 12.
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Parabéns!
sábado, 1 de agosto de 2009
Rafa rumo ao título!
Ou vote no site dos posts abaixo...
A final é amanhã, domingo, e o resultado sai amanhã à noite mesmo. Vamos lá!
domingo, 26 de julho de 2009
Mais Araldão
Acesse também o site da campanha FICA ARALDI clicado aqui.
Dá-lhe, Rafa!
sábado, 18 de julho de 2009
FICA, RAFA!
Dá-lhe, Rafa!
Obs.: Banner retirado do blog do Milton.
sábado, 11 de julho de 2009
GUA-NAL!
Inter e Guarani juntos, antes do jogo
O empate em 7x7 dividiu os troféus. O Inter levou o troféu Prefeito Renato Nunes de Oliveira, entregue ao Zé Bolacha por este escriba; enquanto o Bugre ficou com o troféu Camargo Filho, entregue pelo Pitota, bugrino das antigas.
Acima e embaixo, dois dos quatro gols de Erlon Joe
Carlinhos Cruz foi o destaque do Guarani - embora o fato de Jones Paulo ter marcado um gol chame atenção. Pelo Inter, quem mandou no jogo foi Erlon Joe, autor de quatro gols, um deles com direito a chapéu no adversário. Quem esteve lá viu velhos conhecidos colorados, como o goleiro Cao, Muralha, Dutra, Dinarci, Hélio Babão, Zé Melo e a inesgotável categoria de Martinho Bin.
Carlinhos Cruz, com o troféu Camargo Filho, e o eterno Martinho Bin
O time do Inter, depois do jogo, com o troféu Prefeito Renatinho
segunda-feira, 6 de julho de 2009
A volta do Gua-Nal
sábado, 27 de junho de 2009
Curtinhas
- Na mesma edição, retomei a coluna que escrevi para o jornal entre 1996 e 1997. Leiam! :-)
- O grande pesquisador Adalberto Klüser informa novo endereço de seu blog: http://futebolsantacatarina.blogspot.com/ Passem sempre por lá, não tenho dúvidas de que Adalberto é o maior e melhor pesquisador do esporte catarinense, e um gigante colaborador do livro do Inter.
terça-feira, 16 de junho de 2009
O rugir do Leão Baio
Passaram por lá Zezé, Anacleto, Bin, Zé Melo, Armindo Araldi, Antônio Ceron, Campo Belo, Brequinho, Vivaldino Ataíde e outros nomes maiores da história do Inter. Tudo filmado pela RBS TV, pela Nova Era e pela TV Araucária.
O ato concebido e organizado por Patrick Cruz mostrou que o pulso ainda pulsa. E o pulso colorado, meus amigos, é um pulso forte e valente.
sábado, 13 de junho de 2009
terça-feira, 9 de junho de 2009
Convocação geral
No futebol, o mais importante está fora de campo. Quase sempre.
- Nenhuma cidade deu ao estado de Santa Catarina tantos governadores quanto Lages. A última vez que um lageano ocupou o posto de governador foi em 1966, exatamente no ano em que o Inter de Lages ganhou seu título máximo na primeira divisão do estadual – que valia pela temporada de 1965
- Nenhuma cidade de Santa Catarina, além de Lages, teve um presidente da República. Nereu Ramos, o ex-presidente em questão, que assumiu o posto após o imbróglio causado pelo suicídio de Getúlio Vargas, foi a primeira pessoa a assinar o Livro de Ouro que marcou a fundação do Inter de Lages
- Por décadas, Lages sustentou a arrecadação tributária de Santa Catarina, no auge do chamado ciclo econômico da madeira. Não por acaso, uma araucária estilizada, símbolo desses tempos de opulência, é a figura que se destaca no belo escudo do Inter de Lages
Há muito o Inter de Lages, um dos mais longevos e tradicionais times de futebol de Santa Catarina, agoniza. Os patrocínios minguaram, a audiência rareou e os gols tornaram-se mais escassos, mas os exemplos acima mostram que o clube é símbolo de algo que vai além de seus resultados em campo.
Torcedores e simpatizantes do clube, o Leão Baio, o Leão da Serra, vão comemorar os 60 anos do Inter de Lages neste sábado, com chuva, sol ou neve. Os patrocínios minguaram, a audiência rareou e os gols tornaram-se escassos, mas há quem saiba que valorizar esse passado de relevância inconteste também é torcer por um futuro mais alegre – para o clube e para a cidade. No futebol, o mais importante está fora de campo. Quase sempre.
Apareçam!
SERVIÇO
O quê: Homenagem ao Inter de Lages pelos 60 anos de vida
Onde: em frente ao Vermelhão
Quando: 13 de junho (neste sábado)
Horário: das 10h às 11h30min (mesmo com chuva)
Traje: ao menos uma peça com vermelho e branco. Se quiser ir de pilcha, ótimo. De prenda, melhor ainda!
Apetrecho: cuia numa mão e bergamota. Futebol em Lages não existe sem bergamota!
Por quê: e por que não?
domingo, 17 de maio de 2009
De Lages para Brusque
O que traz o assunto para cá são duas presenças no time do Carlos Renaux. O quinto jogador em pé é Tesoura, irmão de Vicente Luiz Rosa, o Tio Viça, a quem homenageamos recentemente. Mas Tesoura não é a única referência ao futebol lageano na foto do Renaux. Agora há pouco recebi um telefonema de Aujor Branco de Moraes, que jogou no Internacional nos tempos do Areião, nos quadros juvenil, aspirante e principal. Aujor deixou Lages em 1957 para jogar no Juventus, de Rio do Sul, e antes de ir para o Avaí teve uma passagem pelo Carlos Renaux. E é ele o terceiro na foto, titular do time que seria tricampeão da liga brusquense.
Alguns jogadores não estão identificados na foto publicada pelo Beto Day, inclusive Aujor, que lembrou o nome de mais dois jogadores igualmente não identificados. Agora faltam identificar apenas dois, e se alguém puder fazê-lo, peço que mantenha contato comigo ou com o Adalberto, para que possamos completar a escalação daquela gloriosa escalação do Renaux.
Pedindo licença ao Adalberto e agradecendo ao Aujor, segue a foto do campeão brusquense de 1960 com Tesoura e Aujor:
Em pé: Merizio, Adalberto Rosumeck, Aujor, Sardo, Tesoura, Afonsinho, Simplício e o técnico Otávio Bolonini; Agachados: Niltinho, Teixeirinha, Alcino, Petrusky e os dois não identificados.
terça-feira, 12 de maio de 2009
60 anos e um vazio
Mas é isso. O Inter, que tanto fez por nós e pela auto-estima de Lages, está em coma. Logo fará 60 anos, mas hoje não passa de um vazio no peito.
E dói.
quinta-feira, 7 de maio de 2009
quinta-feira, 30 de abril de 2009
Tio Viça
O tal do futebol. Vicente Luiz Rosa leva consigo boa parte do futebol lageano. Jogou no grande Aliados do início dos anos 50, saiu para jogar no Cruzeiro de Joaçaba e no Carlos Renaux, mas voltou a Lages para jogar no Vasco, treinar algumas vezes o Inter, nos anos 70, e o Lages, em 1977.
Quando conheci pessoalmente o tio Viça ele já trabalhava no setor de encadernação da Uniplac. Brilhava o olhar quando contava as histórias do tempo do Areião, e não pude evitar uma ponta de tristeza quando li o anúncio de que parte do Vermelhão - o antigo Areião de Copacabana - será doado para o Consórcio de Saúde. Para quem gosta de futebol, e Vicente Luiz Rosa gostava do tal do futebol, Lages se parece com o fim de tudo.
Vai com Deus, tio Viça.Tio Viça elegante nos tempos de Joaçaba, com o velho Oscar Rodrigues da Nova ao fundo: o tal do futebol vai sentir saudade.
quarta-feira, 22 de abril de 2009
As feras do nosso Saldanha
Pra cima deles, campeões!
sábado, 11 de abril de 2009
Treze gols e casa cheia no Ivo Silveira
O placar elástico em favor dos gaúchos já era esperado, eis que o Atlântico lidera a Liga Nacional de Futsal e é dotado de um padrão técnico bem superior ao do Internacional. Mesmo com a derrota, a torcida aplaudiu bastante às duas equipes e deixou o ginásio satisfeita.
A partida foi transmitida pela Rádio Globo, com narração de Élcio José, e pela TV Araucária, com narração de Rogério Ramos e reportagens de Damaceno.
quarta-feira, 8 de abril de 2009
O sono de um gigante
Primo do homônimo João Saldanha, ex-técnico da seleção brasileira conhecido como João Sem Medo, o Saldanha colorado protagonizou histórias de valentia e amor ao Internacional, clube que considerava sua segunda família.
Em nome da torcida do Inter, registramos nossos pêsames aos familares e amigos de João Saldanha, e a mais profunda e eterna gratidão.
Descanse em paz, presidente campeão.
João Saldanha, ao centro, e a diretoria campeã de 1965
terça-feira, 7 de abril de 2009
Ave, Jânio! Todos ao ginásio!
quinta-feira, 2 de abril de 2009
A paixão colorada de Rogério Ramos
O fato decisivo para evitar o fim do futebol colorado em 1955 aconteceu cinco anos antes, nas dependências do Grupo Escolar Vidal Ramos, quando o menino Rogério Ramos ganhou uma bola de futebol em um sorteio. E graças à persistência de Rogério, a bola virou um time, e o time virou uma paixão. Nasceu ali o vitorioso esquadrão juvenil do Esporte Clube Internacional.
As despesas do time – jogo de camisas, chuteiras para quem não tinha e lanche para comemorar as muitas vitórias – eram suportadas por uma economia feita por Rogério. Depois da escola, o jovem colorado trabalhava em um dos postos de seu pai, Tito Varela Ramos, e acumulava moedas que acabavam por constituir um fundo de incentivo ao time que era imbatível nas manhãs dominicais no campinho dos padres.
Plínio, ainda como goleiro, e Rogério Ramos em 1951
Era um time formado por amigos e colegas de estudo, mas Rogério não deixava de fortalecer o time com outros atletas. Assim foi que ao lado dele e de Plínio Maines, Antônio Celso Melegari, Áureo Malinverni e Aujor Branco de Moraes, perfilava o habilidoso Pinto, filho do coveiro Firmino, que chegou desconfiado daqueles meninos que se vestiam melhor e levavam os estudos a sério, mas que se entrosou assim que bola falou a língua universal do futebol.
O tamanho daqueles meninos franzinos era denunciado pelo diminutivo dos nomes Zequinha, Julinho, Laurinho. Logo a liga organizou um campeonato para a piazada e o Coloradinho foi campeão. Bicampeão, aliás. E invicto. As canelas finas se apoiavam em pés habilidosos e matreiros. Eles tinham em média treze anos quando passaram a representar o time de aspirantes do Inter. E foram novamente bicampeões.
Por trás daquele time unido e quase imbatível, estava a força de seu capitão Rogério Ramos, que marcava os jogos, organizava os treinos, pagava os lanches festivos e se entregava de corpo e alma quando a bola rolava. Mais do que um time vitorioso, os juvenis do Inter formaram um grupo de amigos que se reúne até hoje para relembrar os tempos de campo dos padres e Areião de Copacabana.
Tudo isso já seria o suficiente para orgulhar Rogério Ramos e seus companheiros. Mas em 1955, quando eles ainda eram aspirantes, os jogadores do time profissional do Inter abandonaram o clube em busca de melhores salários. Sem dinheiro, cogitou-se acabar com o Internacional. O que restava à diretoria era recorrer aos ex-juvenis e então aspirantes, para ao menos entrar em campo. Eles toparam, e mais do que isso, jogaram de igual pra igual contra os fortes times de Aliados, Vasco e Lages.
Rogério e Aujor em 2009: lembranças de um Inter guerreiro e vitorioso
Graças à valentia daqueles meninos o Internacional sobreviveu para ser campeão municipal, regional e estadual. Por isso nunca é demais recordar que o time campeão de 1965 só existiu porque os juvenis estavam lá quando o Internacional mais precisou de quem amasse aquelas camisas vermelhas. Que Setembrino é precedido por Aujor, assim como Zé Melo por Plínio, Jones por Melegari, Bin por Zequinha, Kuki por Laurinho. E que se nesses 60 anos de história o Inter desenvolveu o dom de superar as dificuldades, muito se deve ao ato de coragem e paixão colorada de Rogério Ramos. Obrigado, grande capitão.
terça-feira, 31 de março de 2009
Traje de gala
Devia mandar fazer uma nove pra mim. Com esses dois aí, até eu vou ser artilheiro. Matéria da entrega das camisas hoje, n'O Goleador, n'Araucária. E quem quiser participar de um sorteio valendo uma camisa dessas (número 65 nas costas), é só mandar um email pra programaogoleador@tvaraucaria.com
E quem não quiser esperar sorteio, é só me mandar um email: livrodointer@gmail.com Advirto: fiz poucas e estão acabando.
Sobre as réplicas das camisas de 1965
terça-feira, 24 de março de 2009
Manto colorado
Nessas andanças para a pesquisa do livro, não achei nenhuma camisa do nosso Inter dos anos 60 ou 70. A mais antiga é uma de 1983, que ganhei do grande Rubenval. Assim foi que para matar a vontade de ter uma camisa dos anos 60, produzi por conta própria algumas camisas retrô do Inter de Lages.
É uma homenagem ao time campeão estadual. Camisa de algodão, como na época. O escudo é do modelo antigo, escrito Lages embaixo das três letras entrelaçadas, bordado no peito. Para não homenagear um único jogador, pus nas costas o número 65, referente ao ano da conquista. Veja aí embaixo (clique para ampliar):
E aí? Gostaram?
terça-feira, 17 de março de 2009
Kuki não usava black tie
Como corria, o Joaçaba. Mauro Ovelha estava em pele de leão. Dava balão, catimbava, pressionava Bozzaninho. O goleiro Adalberto parecia intransponível. E pior, a bola não chegava em Kuki. O preparador físico Roni disse que no intervalo Kuki entrou no vestiário chutando a porta: - Porra, Tonho! Eu tô de preto, por acaso? Eu tô de terno e gravata, pra não me passarem a bola? Eu quero a bola, cacete!
Tonho Gil, o técnico, sabia que a bola precisava chegar no artilheiro. O Joaçaba é que não deixava, menos ainda quando achou o seu gol no começo do segundo tempo, que agora já ia além da metade. Falta para o Inter, de longe. Kuki chutou por fora da barreira, a bola estava entrando no canto esquerdo quando apareceu Adalberto, espalmando para escanteio. No meio da chuva o Vidal Ramos murmurou: - Uuuuuuuhhhh...
Outra falta para o Inter. Mais perto, um pouco antes da meia-lua. São vinte e nove minutos. Um pouco atrás de mim ouvi o velho artilheiro Puskas dizer ao Zezé: - É agora, é nossa. Kuki correu para a bola. Antes do chute, estranhamente seu companheiro Wagner Gaúcho levou às mãos à cabeça. Kuki chutou. O goleiro Adalberto ameaçou tomar o rumo do canto esquerdo, como na falta anterior. Quando viu a bola passando por cima da barreira, em curva, rumo ao canto direito, já era tarde. Saltou em branco. Bola na rede.
Foi a maior explosão que eu vi no Tio Vida. Kuki correu em direção à torcida que fica no canto do ginásio Ivo Silveira. Olhei para trás, Zezé e Puskas estavam abraçados, Antônio Armindo estava em pé na cabine da Clube gritando gol de peito aberto. O velho pavilhão balançava, um raio de sol teimoso furava uma nuvem pesada e eu queria poder parar o tempo, porque percebi que aquele era um momento raro, a esparsa alegria que justifica todo o sofrimento. Contra a lama, contra Mauro Ovelha, contra o Bozzaninho que não marcara um pênalti escandaloso e contra a minha descrença, o Inter se parecia com aquele teimoso raio de sol. Contra tudo e contra todos, estava brilhando para ser campeão.
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Este é um trecho que ainda não decidi se vai para o livro ou não. Mas quer relembrar o golaço de Kuki? Veja hoje o programa O Goleador, na TV Araucária, às 22:30. Na minha coluna eu mostro o vídeo do gol, com a emocionante narração de Antônio Armindo.
Passe também no blog do Vilson Benthien, o Colorado Lageano e leia a entrevista com Kuki. Aí embaixo, para matar um pouco da saudade, o gol do título filmado de trás do gol.
domingo, 8 de março de 2009
O Inter e o futebol amador: lembranças de 1969
De outro lado, o futebol amador lageano vai bem, obrigado. Movido à paixão e jogado nos campos dos bairros, o futebol anti-business movimenta milhares de pessoas nas divisões do campeonato amador, do Jocol e em outros torneios tradicionais, como o do campo do Dorides. Voltando no tempo encontramos os JAL (Jogos Amadores de Lages) nos anos 80, com os memoráveis clássicos entre Clube Atlético Lageano e Styllu's, este último bicampeão em 1987 e 1988, um timaço que tinha o grande goleiro Sandro, Ramon Silva, Derli, Claudinho, Pelezinho, Isaías, Zezé, Marcus Lima e outros. Os JIB'S (Jogos Inter-Bairros) agitaram os anos 70, sob o comando de Kalu e companhia. Nos anos 50, além dos campeonatos citadinos da primeira divisão da Liga Serrana de Desportos, haviam os campeonatos da segunda e terceira divisões, campeonatos de juvenis e aspirantes e o disputadíssimo certame varzeano, com destaque para Brusquense e Palmeirinhas.
No final dos anos 60 e começo dos 70, era comum o Esporte Clube Internacional promover jogos e torneios entre o seu time juvenil e os melhores times amadores da cidade. Um desses times marcou época: o Industriário, campeão da Liga Serrana de 1969.
O Industriário campeão de 1969 no Vidal Ramos. Em pé: Barriga e Raimundo (donos do time), Pedroso, Air Cé, Leiteiro, Leco, Elião, Hamilton, Beça e Santana; Agachados: Julinho, Adir Cé, Dada, Zé Carioca, Adelar e Quido (falecido). Ao fundo, o ginásio Ivo Silveira.
Além de conquistar o campeonato oficial daquele ano, o Industriário fez bonito no torneio quadrangular promovido pelo Internacional, no Vermelhão. A edição do Correio Lageano de 11 de janeiro de 1969 anunciava a realização do torneio em sua página de esportes: Participarão da referida competição as equipes do Juvenil do E. C. Internacional, São Paulo, Frosan e Industriário. Segundo a tabela, dada à divulgação à ordem dos jogos é a seguinte: 1o jogo - às 9:15 hrs: São Paulo x Juvenil do E.C. Internacional. 2o jogo - às 10:55 hrs: Frosan x Industriário. 30 jogo - às 13:30 hrs: Perdedor do 1o x Perdedor do 2o jogo. 4o jogo - às 15:30 hrs: Vencedor do 1o x Vencedor do 2o jogo. Ao campeão do quadrangular será oferecido um belíssimo troféu, sendo que ao vice-campeão será oferecida uma taça, brinde da Casa Caça e Pesca. Durante todo o dia haverá uma série de diversões no estádio Vermelhão, destacando-se um churrasco às 12:30 horas.
As edições seguintes do jornal não fizeram referência ao resultado do torneio, como era comum à época. Os torneios festivos eram anunciados para atrair público e eram mais valorizados pela imprensa como confraternização do que como disputa. E possivelmente eu não conseguiria os resultados do torneio não fosse o contato mantido pelo meu amigo e advogado Paulo Roberto dos Santos, o Paulão, que achou no acervo de seu pai, Elio Tadeu dos Santos, fotos e anotações da época. Elião, hoje aposentado da Polícia Rodoviária Federal, destacava-se no vitorioso time do Industriário ao lados de outras figuras conhecidas na cidade, como os irmãos Air e Adir Cé. Naquela tarde, o Industriário venceu os juvenis do Inter na final por por 2x1 e levou o troféu. Os demais resultados foram São Paulo 2x3 Inter, Industriário 2x1 Frosan e Frosan 1x2 São Paulo.
Os "industriários" e suas situações atuais. Em pé: Amauri (hoje no estado do Paraná), Air Cé (médico em Lages), Beça (sem informações), Adir Cé (professor e diretor do Centro Educacional, em Lages), Nilo (oficial do exército, aposentado em Lages) e Elião (policial rodoviário federal, aposentado, em Lages); Agachados: Quido (técnico, falecido), Santo Antônio (falecido), Julinho (representante comercial em Lages), Leiteiro (despachante em Joinville), Tadeu (empresário em Piçarras) e Adelar (sem informações), e Dada (residente em Florianópolis) e Zé Carioca (aposentado da antiga PCC, atual Klabin) ao fundo, os campeões do quadrangular do dia 12 de janeiro de 1969 no Vermelhão.
Uma semana depois, uma seleção de amadores enfrentou o time de profissionais do Inter, que se preparava para o campeonato estadual, e empatou em 2x2. Grande época, em que o nosso futebol amador não apenas movimentava os desportistas da cidade, como também revelava jogadores que depois orgulhavam a cidade vestido as camisas da dupla Gua-Nal no campeonato estadual de profissionais.
A seleção de amadores que empatou com o Inter em 19 de janeiro de 1969. Em: Amauri (Industriário), Elião (Industriário), Leiteiro (Industriário), Adir Cé (Industriário), Zé Botina (Frosan) e Cigano (juvenil do Inter, falecido); Agachados: Miltinho (São José), Babá (juvenil do Inter), Tadeu (Industriário), João Luiz (juvenil do Inter) e Adelar (Industriário). Ao fundo, o pavilhão de madeira do Vermelhão.
Agradeço a Paulo Roberto e Elio Tadeu dos Santos pelas fotos e informações. Valeu mesmo! Se mais alguém quiser colaborar com dados e imagens do nosso futebol amador, pode manter contato pelo email livrodointer@gmail.com
quarta-feira, 4 de março de 2009
Inter em miniatura
Os primeiros são dois campeões de 1965, figuras de insdiscutível importância na história colorada. Abaixo, as miniaturas de Zezé e Setembrino.
Logo receberei outras, e então darei detalhes sobre o artista que desenvolve esse trabalho. Mas diga lá: quais jogadores você gostaria de ver transformados nessas geniais miniaturas?
sábado, 21 de fevereiro de 2009
O Inter e o rádio: não havia distância que nos separasse
Aldinho Pires e o Transglobe do meu pai
Aos cinco anos de idade os jogos longe do Vidal Ramos me pareciam aventuras interplanetárias. Florianópolis ficava ao lado de Júpiter e Chapecó era em outra Galáxia. Imaginava as equipes da Clube e da Princesa viajando na Enterprise para contar aos lageanos os feitos daqueles jogadores de jaquetas vermelhas. Sandro Santos, o homem da moça branca, abria a jornada esportiva dizendo torcedor colorado, não há distância que nos separe. E não havia, ainda que o jogo fosse contra o Kindermann, em Caçador, ali ao lado de Saturno.
A pesquisa para o livro me pôs em contato com os donos dessas vozes. O grande Aldo Pires já faleceu, mas tivemos duas boas conversas. E falei com tantos outros, Mário Motta, Evaldir Nascimento, Élcio José. Camargo Filho, o maior de todos, cuja história daria um livro à parte. Conheci Rogério Mário Koerich, a quem não ouvi no rádio porque foi embora de Lages mais ou menos na época em que nasci. Rogério foi repórter da Clube nos anos de ouro do Inter. Chegou a invadir o campo para abraçar o Puskas após um gol. Conhecemo-nos no Orkut, e quando ele veio a Lages fomos ao Vermelhão com o Zezé relembrar os bons e velhos tempos.
Zezé e Rogério Mário Koerich: de volta aos anos 60
De uns dias para cá tenho procurado arquivos de áudio das antigas jornadas esportivas. Não há nada nos arquivos das rádios. Vilmar Reis me enviou algumas vinhetas antigas, mas não encontro nenhum grito de gol de Aldo Pires de Godói, Mário Motta ou Sidney Almeida. Nenhum comentário de Camargo Filho. Tenho o gol do Kuki por Antônio Armindo, cortesia de Rafael Araldi. Alguns gols de 1990 narrados por Rubens D’Ávila, que eu mesmo gravei. E mais nada.
Rogério Ramos e Camargo Filho, duas lendas vivas
Se você souber de alguém que tem esse material preservado, avise. Angustia-me a possibilidade de que essas vozes se percam para sempre, como o Vermelhão, como os troféus, como a cidade que se achava merecedora de um bom time de futebol, como o velho rádio Philco Transglobe que não funciona mais.
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
23 anos essa tarde
Falando hoje pode parecer exagero saudosista, mas era dureza vencer o Inter no Tio Vida. E quanto maior fosse o adversário, mais se agigantavam aqueles jogadores de vermelho. Foi assim naquela tarde inesquecível.
O Inter manteve a base do time campeão da Taça Dite Freitas. Faltavam Jurandir, ainda sem condições de jogo; Calada, vendido ao Ferroviário; Alves e Cedenir. Estreavam o centroavante Zé Sérgio e o driblador ponta-esquerda Marcus Lima, muito antes de abraçar a MPB. O Criciúma vinha com a histórica meia-cancha Rached, Carlos Alberto e Vanderley, e lá na frente Edmilson tinindo com a 9 tricolor.
Foi fácil demais. O Inter começou atacando para a arquibancada coberta. Bin abriu o placar com a categoria habitual, deslocando o goleiro Évelton no pênalti (foto acima). Depois Marquinhos Lima entortou Itá e cruzou para Zé Sérgio mergulhar entre a zaga e meter de cabeça o segundo.
O baile continuou na etapa final com grande atuação de João Carlos, que marcou o terceiro, chutando da meia-direita. Para festa ficar completa, no fim do jogo Chicão defendeu um pênalti cobrado por Treze, enquanto a torcida organizada colorada O Bem-Amado batucava lá na geral o vitorioso samba da Estação Primeira de Mangueira: - Tem xinxim e acarajé, tamborim e samba no pé...
Para chorar de saudade: Wallace, Chicão, Aloísio Maguila, Luisinho, Dodô, Bin, Marciano, João Carlos, Zé Sérgio, Mané e Marcus Lima, os responsáveis pela inesquecível tarde de 16 de fevereiro de 1986.
O Criciúma confirmaria as previsões e acabaria vencendo o campeonato. Mas na minha galeria de jogos inesquecíveis reluz o dia em que o Leão devorou o Tigre enquanto éramos apresentados aos dribles de Marcus Lima, o ponta-esquerda que tinha samba no pé. Faz vinte e três anos essa tarde.
Internacional 3x0 Criciúma
16 de fevereiro de 1986
Estádio Vidal Ramos Júnior
Árbitro: Dalmo Bozzano
Inter: Chicão, Wallace, Aloísio Maguila, Luizinho e Dodô; Bin, João Carlos e Mané (Paranhos); Marciano (Otávio), Zé Sérgio e Marcus Lima.
Criciúma: Évelton, Jorge Luiz (Guinga), Sílvio Laguna, Solis e Itá; Rached, Carlos Alberto e Vanderley (Dirceu); Paulo Borges, Edmilson e Treze.
Gols: Bin (pênalti) aos 16 e Zé Sérgio aos 34 do primeiro tempo; João Carlos aos 38 do segundo tempo.
A foto do gol de pênalti foi restaurada por Marta F. Rajabally